quarta-feira, 10 de março de 2010

Inundações no Seixal

Abstive-me até ao momento de tecer qualquer comentário ao sucedido no Seixal aquando das cheias derivadas do mau tempo que se fez sentir. Acompanhei com atenção o decorrer da situação, não achei no entanto, que qualquer comentário ou tomada de posição fosse pertinente, uma vez que a situação era complicada e não fazia sentido qualquer tipo de acção que pudesse ser compreendida como “aproveitamento político” da situação, que é de resto, a defesa da CDU para todas as questões levantadas pelo PSD nos momentos oportunos.

Começo por saudar o trabalho do Vereador da protecção civil Paulo Edson Cunha (PSD) pelo trabalho executado, pela presença constante durante todo o processo, pela mobilização e coordenação dos meios de resposta e pela preocupação sempre constante que demonstrou pela freguesia do Seixal e seus habitantes. Quero também saudar o trabalho do Presidente da Junta de Freguesia do Seixal (CDU) pela sua presença, acompanhamento e apoio no decorrer da situação.

Porém, e infelizmente, a situação não foi novidade no Seixal. Aliás, há muito que não o é. Sempre que o tempo é mais severo, o Seixal ressente-se, havendo por parte do rio uma conquista da marginal que até agora tem vindo a ser negligenciada pela CDU. Tenho consciência da dificuldade da resolução do problema, não obstante, tenho igualmente consciência que os parâmetros de dimensionamento dos sistemas de recolha de águas pluviais foram subestimados, que a manutenção dos mesmos deverá ter sido insuficiente, e que o problema poderia ser mitigado com um desassoreamento da baía, medida que tem vindo há muito a ser defendida pelo PSD e apenas prometida pela CDU.

Excluindo alguns arranjos no passeio marginal (essencialmente fruto de áreas de cedência dos promotores imobiliários) a baía do Seixal encontra-se abandonada, não há aposta na náutica de recreio, em infra-estruturas lúdicas, no aproveitamento turístico e essencialmente não há um plano capaz de maximizar a baía de forma de valorização da área urbana.

A política de abandono da baía que é praticada pela CDU tem de acabar. O potencial da baía tem vindo a ser desprezado, havendo apenas sistematicamente promessas sem concretização. E com isto, já lá vão mais 30 anos de atraso.